sábado, 12 de maio de 2012

sobre o Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade.

Na intersubjetividade as consciências se põem como consciência de si e consciência do outro. O diálogo é o movimento constitutivo da consciência, que é consciência do mundo que se busca a si mesma num mundo que é comum. Como o mundo é mundo das consciências intersubjetivas, a sua elaboração é colaboração.
A intersubjetividade é constitutiva, o sujeito não existe por si só, ele forma-se com o outro.Se pensarmos na visão de Paulo Freire, para ele tanto quanto para Kant, o homem é construtor de si. A diferença é que para Kant o homem retira de si, da própria razão, os meios para se fazer homem, já para Freire é a ação dialógica feita no mundo com os outros que possibilita a própria construção. Há em Kant intersubjetividade na medida em que o sujeito pensa o universal, o imperativo categórico busca a intersubjetividade e, ao agir por dever já estou com os outros. Assim, a partir do pensamento de Kant, o homem autônomo ao obedecer aos preceitos da razão universal estaria sendo espontaneamente intersubjetivo. Mas nesse caso, a intersubjetividade não é constitutiva do sujeito, ela é atingida pelo sujeito enquanto participante da universalidade. Para Paulo Freire, fazer a si implica em fazer-se intersubjetivamente. "O sujeito, em todas as suas dimensões, constrói-se na relação coletiva, sem nada subtrair da dimensão individual. Ao contrário, o coletivo realiza o individual assim como o individual realiza o coletivo" (BECKER, 1998, p. 53). A proposta pedagógica de Freire foca na constituição social do sujeito.Levando em conta as inspirações de Paulo Freire e Kant, é possível pensar a educação para a autonomia como processo de formação em que o homem faz a si próprio de acordo com projetos que estabelece racional e livremente para si. O homem só pode ser livre, autônomo, se formado. A educação como processo de formação é indispensável para um homem conquistar sua autonomia. Pode-se dizer que a possibilidade de formação do sujeito constitui o núcleo do pensamento educacional de ambos. Isso afirma a importância de que todos tenham acesso à educação humanizada e de qualidade. O Método Pedagogizador da intersubjetividade quer uma educação que vise formar para a autonomia, que envolva a experiência concreta aos projetos da razão. Por isso não pensa uma escola utópica, mas racional (cf. PHILONENKO, 1966, p. 53).Para Freire a educação, o processo de aprendizagem e a própria relação do homem com o mundo devem ser dialógicas, o que permite a superação das contradições. O diálogo é constitutivo do sujeito que se faz intersubjetivamente. A educação que busca promover a autonomia do sujeito deve ser dialógico, para que o próprio sujeito refaça o mundo e se faça pela ação e reflexão.

2 comentários:

  1. Em contraposição, propomos analisar um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chama este modelo de “modelo educacional”. Mas não considera que o diálogo, intersubjetividade, modelo comunicativo, etc. Será ainda preciso mostrar seus pressupostos teóricos, as implicações decorrentes, e principalmente, como ele pode ser aplicado, aliviando as dificuldades pelas quais passa a sociedade, sendo o papel da educação central para compreender essas dificuldades e propor mudanças.

    ResponderExcluir
  2. A prática educacional voltada para intersubjetividade.
    O relacionamento entre indivíduos no ambiente localiza-se no campo da ação, ou na liberdade de ação, o que implica a negociação com o outro. Portanto precisa superá-lo, impondo uma pedagogia voltada para atender as reais necessidades do aluno, calcada, sobretudo, por uma política educacional adequada.

    ResponderExcluir